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Antagonismos

terça-feira, maio 04, 2010

"Brinquedos por direitos?"

Ao reproduzir-se toda a Humanidade foi, um dia, criança, teve os mesmos medos, a mesma inocência e as mesmas dificuldades, só que umas mais outras menos, foram crianças capazes de lidar com os seus próprios problemas. O Homem é um ser que aprende com a repetição e, ainda que isso tenha o tenha permitido evoluir, esta mesma evolução, em conjunto com aquela repetição tornaram-no capaz das mais infelizes atrocidades através da prática organizada de comportamentos excludentes daqueles indivíduos que aparentam maior debilidade.

As crianças, mais que os adultos, encontram-se fortemente permeáveis à repetição humana, acrescido do facto de possuírem as ideias abstractas do bem e do mal pouco sedimentadas, uma prática habitual e - mais ou menos - generalizada conduz à formação da convicção de normalidade, por vezes essa prática é, de todo, reprovável.

É incumbência de uma sociedade vanguardista e zelosa dos seus valores, incutir nos seus mais novos elementos a capacidade de discernir aquelas condutas que são, manifestamente, reprováveis. A existência de um grupo de crianças que, através de comportamentos violentos e persecutórios, constantemente perturba o saudável crescimento dos seus colegas, deixa transparecer uma falha colossal da instituição Família, bem como do sistema de ensino. Devem ser encontrados mecanismos legais, sociais e culturais eficientes para a erradicação de tais condutas.

Urge intervir junto quer das crianças que adoptam os comportamentos agressivos, quer das que passam por tal provação, muito mais que se olhar para um caso particular, esgotarem-se todos os depoimentos e toda a utilidade de exploração pela comunicação social.

Venha prestar o seu depoimento, avançar uma sua pequena ou grande solução ou, simplesmente, assistir no próximo dia 25 de Maio, pelas 15h na Faculdade de Direito de Lisboa, a uma conferência em que se faz a pergunta: Admitimos…

“Brinquedos por direitos?”

terça-feira, maio 15, 2007

Porque o Tempo ferve ...

... e a alma o acondiciona dentro das quatro paredes que a constituem, porque o tempo ferve e nele o coração se derrete e porque o tempo ferve e pouco queima a razão, porque assim acontece tal eu escrevo.

Parto da alma para explicar porque aprisiona, tal entidade, o tempo. A alma é onde residem, no meu néscio entender, as sensações que não sabemos sentir (nem existir), enquanto andamos enebriados por uma outra, não sabemos sentir dor quando sorrimos, não sabemos sentir tristeza quando somos amados, não sabemos sorrir quando sofremos e não sabemos amar quando estamos tristes. É o coração que se encarrega de sentir o momento, a alma aprisiona todos os restantes sentimentos, para que ao calor do tempo, os vá queimando no coração. A alma não queima, nem derrete, ela é eterna e só vive para fornecer ao coração um tempo, um efémero tempo sensorial, cativa sentimentos e liberta-os no tempo.

O coração derrete no caldeirão do tempo, porque é frágil, porque só sente uma coisa de cada vez, porque é lento, cego e tantas outras qualidades. mas ele só recebe para dar, o coração é um mero intermediário da razão à alma, por isso aceita o momento mas vai deteriorando-se, conforme o tempo o vai comburendo. A vida é fraca e o coração a derrete em si.

Acontecendo erosão, sim porque derretimento não é erosão, essa acontecerá em sede da razão. Se a alma detém os sentimentos que o coração, por fraco que é, acaba perdendo, a razão arrisca novos caminhos, no intento de descobrir novos sentimentos, mas morre, aos poucos, pois é humana e a Humanidade é cruel e os seus sentimentos, igualmente, por isso inventa a pobre razão, sentimentos negativos de loucura e prevaricação, tristes e sonolentos, depressivos!

"A alma tinge o coração com a inovação, o coração pinta a mente com a inovação, até ao cansaço desta e por fim a razão tenta reformar o coração, mas esta perde-se na sua intenção e degrada todas as sensações. A Amar, ama de alma, de coração e mente ames nunca!"

terça-feira, julho 18, 2006

Amor e Fantasia

Se há eterno antagonismo, esse é entre o Amor, eterno aliado do Coração e a Fantasia, esbirro inconsequente da Inteligência.
Se um diz que tudo é bonito e que o outro ser o ama, o outro diz que tudo é fantástico e que, se calhar, o outro ser também fantasia, o Amor puxa a brasa à sua sardinha e diz que "é tudo tão real!" e deixa que a Fantasia o reprima e diga "pois, mas às vezes há falhas, temos que moderar esta alegria." Mas estes dois mecanismos que são reais, mas que não falam nem se mostram, tendem a complicar as relações humanas, quem por acaso já nao confundiu Amor com Fantasia? Ninguém, são os dois tão reais! Mas enfim, considerando que são os dois bastante recompensadores, não me sai da cabeça, o porquê da distância entre os mesmos, quase como se um fossem um de esquerda e o outro de direita e até aí surgiriam divisões, é porque o Amor pode ser, tanto progressista de esquerda, como conservador de direita, progressista pois não deixa de acreditar na evolução da relação e conservador por se achar infinito. Já a Fantasia é progressista pois pensa no Futuro, planeando-o sempre com novos projectos de colectivação e nacionalização dos meios de produção de bons sentimentos, ou conservador por ter medo de avançar na altura correcta e destruir todo o planeamento já executado.
Por último posso apenas dizer que tanto um como o outro se deve usar em quantidades adequadas para a resolução do vigente momento, quase como que uma participação dos dois, numa receita culinária, variando as quantidades para se obterem diferentes resultados.

"Acredito na Fantasia, assim como acredito no Amor, agora não me peçam para os definir, já que definir algo tão transcendente seria pedir que eu definisse tudo aquilo que nós somos."

sábado, junho 24, 2006

vAntagem mEtafísica

" A nossa alma pertence ao Mundo da Ideias, onde só subsistem os conceitos mais básicos e munidos de carácter perene e universal, ela é única e eterna ", ou pelo menos era o que alguém dizia, e até acredito que assim o seja. A nossa alma não aceita a morte, ela vive em nós e fora de nós, para sempre, alterando-se conforme os outros conceitos em nosso torno, que em volta do mesmo vão girando, acontecendo e transformando.
Não creio numa personalidade inalterável, ela metamorfoseia-se, é claro que o conceitos podem permanecer, mas não aceitar a mudança dos mesmos é não aceitar a operância do tempo em nosso crescimento. A personagem que desempenhamos neste Mundo não é fictícia, é real e somos nós que a vivemos, como tal seria absurdo engendrarmos uma peça, uma vida, sem demonstrarmos alterações, seria uma existência para " inglês ver ". Tudo na vida nos altera e nos persuade, tanto a banir alguns conceitos, como aditá-los ou até alterá-los.
A virtude da nossa maneira de viver, consiste em saber ser capaz de aceitar as mudanças, agora se as procedemos em moldes correctos ou não, isso já são factos que teremos de aprender a conviver com.

" Sem mudança o ser é um pedra e vive sem o saber, não perder a esperança no Amor, já significa uma mudança, uma subida para um posto onde só habitam os que têm mais força para contrariar a dor... "

segunda-feira, junho 19, 2006

Não-Mudança

Lembro-me de quando tinha 10 anos, era Verão, estava em Sesimbra. Todos os dias lanchava sobre o mesmo tabuleiro, tinha vários desenhos, cada um fazia-se acompanhar por um número, número esse que para mim era o passar dos anos, a minha idade. Havia um que era o super-homem e eu já tinha passado pela idade correspondente, e agora o desenho mais almejado eram 2 trapezistas num 10, nesse Verão fiquei contentíssimo por ter chegado aos 10 anos, algarismo com 2 dígitos, com 2 trapezistas, o último número dessa sequência representada no tabuleiro.

Há dois dias, fiz 20 anos. E sinto que não mudei rigorosamente nada: ainda acredito no amor, e continuei a acreditar firmemente, que no escuro se esconde qualquer coisa paranormal.

quarta-feira, abril 26, 2006

SeCei

Lembro-me de quando via a Rua Sésamo, o Popas tinha sempre algo a dizer, mesmo que fosse ingénuo e pueril. A verdade é que o ambiente na Rua Sésamo propiciava a um comentário feliz e é isso que o amigo, de facto, quer fazer transpor para o momento em que vê o companheiro descontente, um ambiente feliz. Mas a realidade não é uma pequena rua com uma mercearia e um monstro, que só come bolachas, dentro de um barril, a vida é uma auto-estrada a alta velocidade que avança mas que jamais retrocede, por isso o amigo até pode querer mostrar alegria e aceito que seja importante, também, mas isso é para os bons momentos não para os maus momentos.
Para os maus momentos o amigo deve saber única e exclusivamente ouvir, a saúde e o bem-estar já nos são pensamentos inerentes, por isso o amigo não irá dizer nada de novo se lhe falar dessas mesmas necessidades.
No meu entender o amigo deve funcionar como um agitador, como um copo de água fria, enquanto estamos a dormir, como a cor da realidade e pintá-la ao longo das poucas palavras que proferir.
" Nada que um Amigo faça irá ser um erro, pois tudo o que ele fizer, desde que seja verdadeiro e com intenção, tem migalhas de bondade redigidas nos instantes em que ele quiser ajudar"

segunda-feira, abril 24, 2006

Soube-se

A saúde e o bem-estar, são provavelmente, aquilo que temos de mais importante, tudo o resto deve pertencer a um plano secundário, dependente das prioridades de cada um. As frases feitas, comuns clichés, não servem para os mais atentos e apologistas da questão do amor correspondido ou não.
A vida que tenhamos, deve ser encarada com orgulho, se tivermos saúde, se tudo o que não nos seja exterior estiver bem. Se aprendemos com os nossos erros, somos capazes de criar defesas, como qualquer humilde ser humano, e todos os dias somos deparados com rasgos do nosso passado, e “corremos o risco” de ver o nosso passado bem presente, com qualquer aproximação de qualquer género, por qualquer pessoa. E aí o nosso instinto não faz mais do que reportar a momentos passados, moldando-nos a um ser mais cauteloso e prudente com a liberdade e entrega que podemos dar, não a um ser totalmente fechado, reduzido ao seu mundo.
O Amigo. O Amigo ouve, partilha, abraça.. mas fala, fala por vezes sem dizer uma palavra, fala no apego, no olhar, na vontade. Em tudo aquilo que precisamos, quando precisamos. Mas fala, ai fala sim.

domingo, abril 23, 2006

Sem que se saiba

Antes demais, deve-se precisar que este é um blogue com intenções meramente informativas e que, toda e qualquer informação aqui exposta, deverá ser considerada como dogma e jamais alguém terá o direito, sequer, de a contestar. Os ensinamentos, fulcrais, aqui leccionados são da minha inteira responsabilidade, apesar de os resultados que dela possam advir não terem nada a ver com a mesma.

Neste dia ouvi algo que me marcou, " 'tás em baixo porquê? Não tens saúde?! ", o que é estapafurdicamente parvo e sem sentido. Estou triste porque algo, na realidade que me envolve, me magoou e por muita saúde que possa ter, de nada me vai servir senão vir o problema resolvido. " Ah mas tens que atirar os problemas para trás das costas e ver as coisas boas da vida ... " e pensam que dizem uma coisa fenomenal, não digo que não conforta, mas é parvo, é o pensamento mais esbatido da história, sejam originais! Inventem novas tangas e tretas , essa já não funciona.
Agora para os mais argutos da palavra, aqueles que gostam de dar a pinta de eloquentes, senão crisólogos, para esses entra o existencialismo, " É o facto de cairmos que nos ensina a levantar e não mais cair... ", muito giro, sim. Mas tem a mesma utilidade que uma bicicleta sem rodas, no fundo do Oceano. Oh filósofos do Bairro Alto! Oh artistas de cogniensciologia, ou sapienlogia, ou uma-palavra-inexistente-mas-pesada-logia! Oh amigos cansados de ouvir e nada dizer!

" Ouçam os problemas, deixem que a vítima do mal-estar desabafe e esvazie a sua negra mente, xiu mas calem-se! O Amigo não é o que aparece com soluções mágicas, a magia não existe, há truques, o Amigo é o que ouve e aceita que o sofredor partilhe a sua tristeza com ele. O Amigo não mora nas palavras, mora na mão, no abraço, na mente e na partilha. "