no head Antagonismos: julho 2006

Antagonismos

terça-feira, julho 18, 2006

Amor e Fantasia

Se há eterno antagonismo, esse é entre o Amor, eterno aliado do Coração e a Fantasia, esbirro inconsequente da Inteligência.
Se um diz que tudo é bonito e que o outro ser o ama, o outro diz que tudo é fantástico e que, se calhar, o outro ser também fantasia, o Amor puxa a brasa à sua sardinha e diz que "é tudo tão real!" e deixa que a Fantasia o reprima e diga "pois, mas às vezes há falhas, temos que moderar esta alegria." Mas estes dois mecanismos que são reais, mas que não falam nem se mostram, tendem a complicar as relações humanas, quem por acaso já nao confundiu Amor com Fantasia? Ninguém, são os dois tão reais! Mas enfim, considerando que são os dois bastante recompensadores, não me sai da cabeça, o porquê da distância entre os mesmos, quase como se um fossem um de esquerda e o outro de direita e até aí surgiriam divisões, é porque o Amor pode ser, tanto progressista de esquerda, como conservador de direita, progressista pois não deixa de acreditar na evolução da relação e conservador por se achar infinito. Já a Fantasia é progressista pois pensa no Futuro, planeando-o sempre com novos projectos de colectivação e nacionalização dos meios de produção de bons sentimentos, ou conservador por ter medo de avançar na altura correcta e destruir todo o planeamento já executado.
Por último posso apenas dizer que tanto um como o outro se deve usar em quantidades adequadas para a resolução do vigente momento, quase como que uma participação dos dois, numa receita culinária, variando as quantidades para se obterem diferentes resultados.

"Acredito na Fantasia, assim como acredito no Amor, agora não me peçam para os definir, já que definir algo tão transcendente seria pedir que eu definisse tudo aquilo que nós somos."