no head Antagonismos: abril 2006

Antagonismos

quarta-feira, abril 26, 2006

SeCei

Lembro-me de quando via a Rua Sésamo, o Popas tinha sempre algo a dizer, mesmo que fosse ingénuo e pueril. A verdade é que o ambiente na Rua Sésamo propiciava a um comentário feliz e é isso que o amigo, de facto, quer fazer transpor para o momento em que vê o companheiro descontente, um ambiente feliz. Mas a realidade não é uma pequena rua com uma mercearia e um monstro, que só come bolachas, dentro de um barril, a vida é uma auto-estrada a alta velocidade que avança mas que jamais retrocede, por isso o amigo até pode querer mostrar alegria e aceito que seja importante, também, mas isso é para os bons momentos não para os maus momentos.
Para os maus momentos o amigo deve saber única e exclusivamente ouvir, a saúde e o bem-estar já nos são pensamentos inerentes, por isso o amigo não irá dizer nada de novo se lhe falar dessas mesmas necessidades.
No meu entender o amigo deve funcionar como um agitador, como um copo de água fria, enquanto estamos a dormir, como a cor da realidade e pintá-la ao longo das poucas palavras que proferir.
" Nada que um Amigo faça irá ser um erro, pois tudo o que ele fizer, desde que seja verdadeiro e com intenção, tem migalhas de bondade redigidas nos instantes em que ele quiser ajudar"

segunda-feira, abril 24, 2006

Soube-se

A saúde e o bem-estar, são provavelmente, aquilo que temos de mais importante, tudo o resto deve pertencer a um plano secundário, dependente das prioridades de cada um. As frases feitas, comuns clichés, não servem para os mais atentos e apologistas da questão do amor correspondido ou não.
A vida que tenhamos, deve ser encarada com orgulho, se tivermos saúde, se tudo o que não nos seja exterior estiver bem. Se aprendemos com os nossos erros, somos capazes de criar defesas, como qualquer humilde ser humano, e todos os dias somos deparados com rasgos do nosso passado, e “corremos o risco” de ver o nosso passado bem presente, com qualquer aproximação de qualquer género, por qualquer pessoa. E aí o nosso instinto não faz mais do que reportar a momentos passados, moldando-nos a um ser mais cauteloso e prudente com a liberdade e entrega que podemos dar, não a um ser totalmente fechado, reduzido ao seu mundo.
O Amigo. O Amigo ouve, partilha, abraça.. mas fala, fala por vezes sem dizer uma palavra, fala no apego, no olhar, na vontade. Em tudo aquilo que precisamos, quando precisamos. Mas fala, ai fala sim.

domingo, abril 23, 2006

Sem que se saiba

Antes demais, deve-se precisar que este é um blogue com intenções meramente informativas e que, toda e qualquer informação aqui exposta, deverá ser considerada como dogma e jamais alguém terá o direito, sequer, de a contestar. Os ensinamentos, fulcrais, aqui leccionados são da minha inteira responsabilidade, apesar de os resultados que dela possam advir não terem nada a ver com a mesma.

Neste dia ouvi algo que me marcou, " 'tás em baixo porquê? Não tens saúde?! ", o que é estapafurdicamente parvo e sem sentido. Estou triste porque algo, na realidade que me envolve, me magoou e por muita saúde que possa ter, de nada me vai servir senão vir o problema resolvido. " Ah mas tens que atirar os problemas para trás das costas e ver as coisas boas da vida ... " e pensam que dizem uma coisa fenomenal, não digo que não conforta, mas é parvo, é o pensamento mais esbatido da história, sejam originais! Inventem novas tangas e tretas , essa já não funciona.
Agora para os mais argutos da palavra, aqueles que gostam de dar a pinta de eloquentes, senão crisólogos, para esses entra o existencialismo, " É o facto de cairmos que nos ensina a levantar e não mais cair... ", muito giro, sim. Mas tem a mesma utilidade que uma bicicleta sem rodas, no fundo do Oceano. Oh filósofos do Bairro Alto! Oh artistas de cogniensciologia, ou sapienlogia, ou uma-palavra-inexistente-mas-pesada-logia! Oh amigos cansados de ouvir e nada dizer!

" Ouçam os problemas, deixem que a vítima do mal-estar desabafe e esvazie a sua negra mente, xiu mas calem-se! O Amigo não é o que aparece com soluções mágicas, a magia não existe, há truques, o Amigo é o que ouve e aceita que o sofredor partilhe a sua tristeza com ele. O Amigo não mora nas palavras, mora na mão, no abraço, na mente e na partilha. "